Sabias que há jovens em Portugal a receber centenas — ou mesmo milhares — de euros apenas por estarem a começar a trabalhar? Parece bom demais para ser verdade, mas é mesmo assim. Chama-se IRS Jovem e tem ajudado muitos a aliviar a carga fiscal nos primeiros anos de carreira. Ainda assim, esta medida levanta algumas questões: será justa para todos? Ou estaremos, sem querer, a criar uma nova forma de desigualdade fiscal?
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O Que É o IRS Jovem?
O IRS Jovem é um benefício fiscal criado para apoiar quem está a iniciar a sua vida profissional. Aplica-se a qualquer jovem com menos de 35 anos, independentemente de ter ou não formação superior. Se trabalhares com contrato ou recibos verdes, tens direito a 10 anos de isenção parcial de IRS, com as seguintes percentagens:
- 1.º ano: 100% de isenção
- 2.º a 4.º ano: 75%
- 5.º a 7.º ano: 50%
- 8.º a 10.º ano: 25%
A isenção aplica-se até um rendimento anual máximo de aproximadamente €28.700 — o que abrange a maioria dos salários de entrada no mercado de trabalho em Portugal.
Por Que Foi Criado Este Apoio?
Portugal tem uma das mais altas cargas fiscais sobre o trabalho na Europa. Para os jovens, que geralmente ganham menos e estão numa fase de instabilidade, o peso dos impostos pode ser um obstáculo real. O IRS Jovem pretende aliviar essa carga e incentivar a integração no mercado de trabalho, promovendo também o regresso ou permanência de talento jovem no país.
Uma Medida Mais Justa… Mas Ainda com Críticas
Antes de 2025, este benefício estava limitado a quem tinha um diploma do ensino superior. Isso criava uma desigualdade grave, excluindo muitos jovens trabalhadores qualificados sem formação académica. Com a nova legislação, todos os jovens até 35 anos com rendimentos de trabalho passaram a ter direito — um passo importante na democratização do apoio.
Ainda assim, persistem críticas:
- A medida só beneficia quem já tem rendimentos estáveis
- Jovens desempregados ou com empregos informais ficam de fora
- A comunicação nem sempre é clara, o que leva muitos a não reclamarem o benefício
Desde 2024, a aplicação passou a ser automática, o que melhora bastante o acesso. Mas é preciso continuar a investir na educação financeira para garantir que todos sabem os seus direitos.
O Impacto Social do IRS Jovem
O IRS Jovem tenta dar resposta a um problema estrutural: a elevada carga fiscal na fase inicial da vida profissional. E, com as novas regras mais inclusivas, pode ser uma ajuda valiosa. Ao reduzir os impostos nos primeiros anos, permite maior margem para poupança, investimento ou mesmo para melhorar a qualidade de vida. Mas o sucesso da medida depende de acompanhamento, informação clara e justiça na sua aplicação.
É importante aprender ainda mais sobre finanças pessoais.
Conclusão
O IRS Jovem, na sua versão atual, é um apoio real e relevante para quem começa a trabalhar em Portugal. Não resolve todos os problemas, mas alivia parte do peso que muitos jovens sentem ao entrar no mercado laboral. Com a sua aplicação mais automatizada e abrangente, é uma ferramenta útil — desde que bem comunicada e complementada por políticas de inclusão e educação financeira.
